Estas são os 3 R's da Sustantabilidade. E têm-me atormentado o espírito nos últimos dias. Passo a explicar.
O meu carro faz na terça 9 anos de actividade. Tenho-o há quase 8 anos, tenho sido feliz com ele, mas a vontade de o trocar começa (finalmente!, alguns dirão...) a rondar a minha cabeça.
Se até agora sempre tomei como óbvio que iria procurar uma viatura de serviço, ou um carro com pouco tempo, pelo valor que se perde nos primeiros meses de utilização, pelo que tenho visto recentemente, a opção de comprar novo, dando o meu para abate, de tão agressivas estão a ser as estratégias comerciais das marcas, torna-se aliciante economicamente
Hoje voltei da Inspecção anual, uma vez mais com a folha imaculada.Sim, este carro que pondero entregar para abate, porque o Estado prevê benifícios fiscais a quem retire de circulação carros com mais de 8 anos, ainda está aí para as curvas, para as rectas, para uns bons milhares de quilometros a mais. E custa-me eutanasia-lo quando ele ainda está de reconhecida boa forma física.
Eu percebo que esta Lei foi criada para que veículos mais eficientes em termos de libertação de gases nocívos ao meio ambiente.É verdade que com os carros que me ocorreu comprar gastaria menos 30gr/km de CO2(isto dando como válidos os dados publicados pelas marcas, quando se sabe que este valor é directamente relacionado com os consumos e estes estão dependentes do tipo de utilização - cidade/estrada - e agressividade do condutor). Do que esta Lei se esquece (talvez influenciada pelo poder do sector automóvel...) é do custo ecológico de produção de um veículo, um valor que nunca é falado, mas terá o seu peso no total de pegada ecológica de um carro. Repartir esse valor pelos quilómetros percorridos durante a vida útil de um automóvel dará um valor certamente inferior a se a vida deste for interrompida subitamente aos 8 anos. Ou seja, talvez a Lei não seja tão ecológica quanto isso.
Para não falar da confusão que me faz a quantidade de carros usados se amontoam nos stands que se encontram aos pontapés por esse país fora. E do peso que esta atitude de priveligiar carros novos tem nos crónicos balanços comerciais portugueses.
Eu depois digo o que fiz ao carro ;)
