No ano de 2000, estava o nosso co-blogger Fernando a estudar nos Estados Unidos, fui visitá-lo a Tallahassee, FL. Logo no dia seguinte à chegada, levou-me a um bar que costumava frequentar.
Entrei para um sítio sem janelas (apesar de ficar ao nível do estacionamento traseiro, ficava abaixo do nível da rua), escuro, amplo. Um enorme balcão, uns grandes cilindros térmicos que guardavam diversos tipos de cafés a escolher e a beber em canecas de vidro, como se de cerveja se tratasse.
Olho em volta, já de caneca na mão, e reparo que naquele bar não havia uma peça de mobiliário igual. Cadeiras, mesas, poltronas, sofás. Todos diferentes, em côr, feitio, estado de conservação. Algumas das mesas estavam ocupadas, ora por universitários, ora por sem-abrigo, parecia que o stress do tempo tinha ficado á porta daquele bar. Ali se estudava, ali se lia, ali se vinha ter na certeza de que encontrava alguem com quem conversar.
Senti-me em casa.
A dada altura, o barman, apercebendo-se que eu era o "portuguese friend" pôs a tocar um CD que o "Antonio" lhe tinha oferecido. Madredeus. Ali. Foi um dos momentos da minha vida, daqueles em que os pêlos dos braços iriçam!
Quando decidi aceitar esta ideia do blog colectivo, agradou-me a ideia de não ser espartilhado por uma temática única, não ter que entrar em compromisso de estilo de escrita, não ter que ser impessoal. Quis abandonar o meu palanque de orador solitário, e entrar num espaço onde cada um pode falar do que quiser, quando quiser, para quem quiser, sem largar a minha escrita a tender pr'ó intimista.
Veio o momento de escolher o blog e curiosamente, ao fim de 2 páginas de possíveis nomes, e quando nos preparavamos para uma elaborada votação, a percepção que tinhamos chegado ao consenso há mais de uma hora em torno deste nome foi engraçado. Perceber que foi por razões diferentes também.
Um sofá é um local priveligiado para conversas, confidências. Com Sofá Station, imaginei um local de confluência de sofás, de confluência de pessoas, de confluência de conversas.
E a imagem daquele bar manhoso que, não fosse o preço do metro-quadrado, gostava de replicar em Portugal, voltou aos meus olhos.
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3 comentários:
Eu não estive nesse bar, mas estive em frente a essas 2 páginas de nomes.
Gostei especialmente deste título por uma combinação de razões fúteis, pragmáticas e outras de maior profundidade:
- soa bem
- não tem acento, nem cedilha
- é o ponto de encontro para conversas de todos os teores
- é convidativo a alguma intimidade, como em 'disclosure', do tipo que se faz com amigos
- e vocês também gostaram.
Vamos lá sofazar, então!
Agora vieram-me as lágrimas aos olhos. Que saudades da Epitome! Obrigado por me fazeres relembrar esses velhos tempos! Confesso que não imaginava que a tua experiência tivesse sido tão marcante.
O que tu não sabes é que existe um grupo no My Space dedicado a essa extinta coffee house. Escusado será dizer que sou membro. Clica aqui: http://groups.myspace.com/index.cfm?fuseaction=groups.groupProfile&groupID=102457080&MyToken=b2e459d0-c044-411b-bcb8-5cf87f6c1c6e
Ke bonito Pedro :) sempre gostei de sítios manhosos LOL. Há locais que nos marcam sempre e há pessoas que permanecem em ´nós apesar dos mal-entendidos do you know what I mean?
O nome está muito bem colocado e ainda não havia nenhum.
beijo
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