domingo, 25 de maio de 2008

O que estamos a fazer às nossas crianças?

Ontem passei uma parte descomunal do dia numa grande superfície. Daquelas que é capaz de moer o juízo a qualquer adulto.
Uma das minhas maiores incógnitas enquanto adulto sem filhos é saber porque é que país e famílias persistem em levar as suas crianças para sítios destes, quando todos sabemos - acho - que a sua paciência para coisas chatas e enfadonhas é infinitamente inferior a de um adulto e que mais cedo ou mais tarde vai haver rezinguice, choro, aquelas coisas que tiram a paciência a qualquer adulto, paciência essa que já está à prova pela permanencia naquela gigante loja cheia de gente.
Não haverá us avós, uns amigos, uns vizinhos caridosos que brinquem um pouco com a criançada enquanto os país se tentam safar num instante?

Mas nem é esse o tema do post, porque esta loja até dispõe de, não um mas vários, sítios de passa-tempo infantil. Aliás, foi precisamente na próximidade de um desses postos que vi mãe e filha de mão dada quando ouço a filha dizer "ali está uma casa para se brincar", palavra-passe para ter autorização de soltar a mão e desatar a correr.
Mas 'pera... esta não é a voz típica de uma criança de 3-4 anos....
Esta é a voz, a entoação, o ritmo, a pronúncia, de uma qualquer locutora de banda-desenhada, reproduzida na perfeição pela criança de uma forma que me meteu medo, muito medo!

1 comentário:

klaudia disse...

estamos a condiciona-las, tal como Pavlov ao famoso cão (de que ninguém sabe o nome) para saberem onde é que se deve brincar
ou, neste caso, a identificar oásis, num deserto de lojas, de gente com quem interagir e de falta de ar bom, porque o ar é condicionado
também o ar é condicionado, aliás, já está condicionado, faltam só as crianças