domingo, 30 de março de 2008

Sai à Mamã ou ao Papá?

É típica esta pergunta, há uma necessidade, sobretudo para as famílias, de confirmar que se perpétua o seu genes. Há bebés e crianças que são híbridos, outros há que são fotocópias autenticadas de paternidade.
E depois dá-se o divórcio. Não sei quantos casamentos se quebram antes de nascer uma criança. Mas hoje fiquei a matutar sobre esta terrível situação: quando o amor pelo outro se tranforma em indiferença, raiva ou até asco, como será conviver com um filho/a que é a sua cara-chapada?

sábado, 29 de março de 2008

Sobre "O Escafandro e a Borboleta"


O filme não é fácil. Apesar de conhecer de antemão a história e conceptualizar mentalmente o síndrome de lock-in, não é propriamente ver um episódio do Dr. House.
Sobretudo, sabendo que aquela ficção se baseia num caso real. Fez-me lembrar diversas vezes que sou a favor da despenalização na Eutanásia (não confundir mais uma vez com "ser a favor de....", como se fez amiúde no último referendo)

Mas em verdade, este post não existiria se não existisse a cena final: Jean-Do conduz o seu filho para o teatro, sente uma dor de cabeça, pára o carro, diz ao filho "talvez seja melhor adiar a nossa ida ao teatro" e entra em coma. Acorda naquele estado. Não tinha nenhum sintoma de doença. Tinha uma vida activa, 3 filhos, a viver um período de pós-divorcio. Mas assim, do nada.

Deixou-me a pensar.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Cinema Paraíso

Este é o nome de um dos filmes da minha vida.
Este é também o nome do meu clube de vídeo (ou melhor dizendo DVD).
Escolhido inicialmente pela localização(fica no trajecto trabalho-casa e a 10 minutitos a pé desde casa) e pelo nome catita, este clube começou logo a surpreender por ter mais de um quarto das prateleiras dedicadas a cinema não-americano!
O clube é pertença de uma família, pai, mãe, filho e filha, que se revezam no atendimento que, com a sua simpatia, dão um toque cozzy a um procedimento supostamente mecanizavel. Quando o dono conhece o nosso número de sócio desde a segunda visita, e é capaz de adivinhar as nossas escolhas, porque já se deu ao trabalho de analisar as nossas escolhas anteriores, é a rendição!

Para os interessados, fica na Rua Alves Redol (perpendicular a Damião de Goís, onde fica o El Sonero), no Porto.

Ah! E já tem "O Escafandro e a Borboleta", que ainda há pouco passou (a correr) nas salas de cinema, e vai ser a minha sessão de hoje.

Confesso que me faz confusão ...

...quando ouço pessoas que não chegaram sequer aos 60 anos partirem para a reforma.
Talvez não tenha idade suficiente para perceber isto. Talvez não deva pensar em quem vai pagar estes anos a mais de pensão que estas pessoas vão receber.
Mas, sobretudo, não entendo o que esta gente pensa que vai fazer com os 20/30 anos de vida que ainda tem pela frente!!!

Hoje estou...

Com a licença tácita dos meus excelsos co-bloggers, vou colocar aqui algo ligeiramente mais pessoal. Uma das "rúbricas" que tinha no Mentecaptations chamava-se "Quem canta seus males espanta". São músicas que me vêm à cabeça espontâneamente e que só passado um bocado me apercebo que há algo nelas ligado a uma situação/sentimento vivido, em alguns casos aclarando-me as ideia. No final do ano passado, esta rúbrica mudou para "Hoje estou...", deixou de ser numerada e passou a ser "ilustrada" sempre que possível com a colaboração do iotubí.
Hoje está-me a apetecer reinicia-la, mas, estranhamente desta vez, ainda não consegui "ler" a mensagem que ela me traz. Uma primeira conclusão desconcertou-me, por ser errônea :S Uma amiga tentou-me ajudar mas chegou a uma conclusão antagónicaà minha :| Quem quiser fazer-me o favor de "desempatar" ou apresentar uma terceira visão, agradeço :)

Bem, aqui vai: Hoje estou...

Tiago Bettencourt & Mantha - O Jogo

segunda-feira, 24 de março de 2008

Casamentos de conveniência

Não é de agora que tenho esta opinião: onde o Mercado (leia-se: iniciativa privada) pode intervir, o Estado (seja Governo ou Administração local) não deve ser mais do que regulador, árbitro, defensor dos interesses colectivos. Com esta atitude, o Estado consegue canalizar o Orçamento (que o comum dos mortais poderá parecer enorme, mas que na prática não dá para tudo) para as áreas de interesse público mas economicamente inviáveis (e mesmo nestes, deve-o fazer de modo o menos oneroso possível. Exemplo: concordo que o canal 1 deve ser tão comercial quanto as "privadas", para ajudar a RTP a manter os "2", Internacional e África.)
Repito: o Estado não pode nunca demitir-se do papel de defesa do interesse dos cidadãos. Mas se puder estabelecer parcerias com o sector privado abrindo portas para este agir, o resultado é positivo para todos. A iniciativa privada, individual ou colectiva é virtuosa. A vontade de fazer deve ser mais do que facilitada, incentivada.

Por isso concordei com a concessão do Palácio do Freixo ao grupo Pestana, do Rivoli ao Sr. La Féria (por muito que não partilhe dos seus gostos :S), por isso acho muito positivo o papel da Sociedade Porto Vivo, na promoção da Recuperação da Baixa Portuense, tentado criar uma plataforma de entendimento entre proprietários (sim, porque não nos podemos esquecer que os prédios em causa têm dono, ou donos) descapitalizados ou desinteressados e Investidores com iniciativa e vontade de ganhar dinheiro.
Convenhamos, é a promessa de um ganho pessoal o maior motor desta sociedade, seja esse ganho monetário, político ou profissional.

Sobre o mais recente "caso Bolhão", declaro-me para já "à priori favorável". Isto porque vai em linha com o que defendi até aqui, mas pouco conheço do projecto (pouco mais do que o que aparece no site do promotor) sobretudo o que foi acautelado para o bem comum.
Mas o que me irritou, e fez escrever aqui, foi a rapidez com que se reuniram tantas assinaturas para tentar impedir este projecto.
Não pelo lado de mobilização, que, pelo contrário, acho admirável, sinal que a democracia afinal não está morta, apenas adormecida por esta anestesia chamada luta partidária.
O que me irritou foi a certeza que estas assinaturas foram escritas pela moral do bicho-papão dos Privados e pelo fácil aceitar como verdadeiro o boato que o edifício vai todo a baixo. Como é que estas gentes iluminadas pensam que se faz uma reconstrução? Óbvio que o que lá está degradado terá que começar por ser removido!...

Mais considerandos sobre o tema Bolhão e da Baixa Portuense, brevemente, após por em dia a leitura do blog que a ela se dedica a 100%

Humor Luso

Ser capaz de transformar frases emblemáticas em oportunidades de negócio não é novo.
Ainda assim, apreciei a rapidez de resposta da S&S Shop para a frase mais famosa da semana passada. Será que a miúda vai pedir direitos de autor?

(visto aqui)

domingo, 23 de março de 2008

Odete Santos, as amêndoas e o colesterol

Odete Santos, uma personagem da política portuguesa com a qual não simpatizo particularmente, tem uma tribuna de debate no Jornal das Nove da SIC Notícias. As razões para a minha antipatia são simples. Nada contra alguém que tem convicções fortes, mas a forma desbragada e mal-educada com que, demasiadas vezes, interrompe os seus interlocutores, faz-me perder qualquer vontade de ouvir o debate. Espectador atento do Jornal das Nove, dou frequentemente comigo a mudar de canal assim que esta personagem aparece, por volta das 21:30.

Durante esta semana, resisti um pouco mais e, dei comigo a ouvir Odete dizer, no final da sua intervenção, que não comia amêndoas porque "fazem mal ao colesterol". Ora, se Odete se referia às tradicionais amêndoas da Páscoa, compostas por açucar, óleo vegetal e amêndoa, cabe-me informá-la que essas amêndoas não têm colesterol. O colesterol é de origem animal e está presente em alimentos como os ovos, a manteiga, a carne, os enchidos, etc. Não se estando a referir, como ela própria admitiu, às amêndoas de chocolate (que levam manteiga), Odete deveria informar-se sobre o conteúdo das amêndoas tradicionais ou conhecer melhor os alimentos que provocam colesterol.

quinta-feira, 20 de março de 2008

A Queda de um Mito

No final dos anos 80, quando eu andava no ensino secundário, o Liceu Carolina Michaelis era famoso pelas miúdas giras. Tinha dois amigos que, de vez em quando, diziam que iam até ao Carolina para ver se conheciam alguém com quem pudessem "dar uns beijos". Tudo muito ingénuo. Típico de quem frequentava um colégio particular e tinha a oferta limitada a umas convencidas que não nos ligavam nenhuma.

Hoje, o Carolina chegou aos noticiários nacionais pelas razões erradas. O vídeo que se segue é deprimente... Uma professora que ninguém respeita, uma aluna que não tem a mínima noção do que é disciplina e auto-controlo e uma turma completamente à deriva, a começar pelo "operador de câmara". Vejam e comentem, se ainda sentirem vontade...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Totoloto no IRS

Ouvi há algumas semanas um dinamarquês, consultor do seu Governo, com um statement que tinha tanto de pragmático como de incómodo: não tendo recursos humanos nem financeiros para acabar com os problemas do mundo (desde a irradicação da fome, ao combate das diversas doenças que proliferam, passando pelas alterações climáticas) como se decide quem priveligiar e que problemas protelar?

Isto voltou-me à memória por estes dias em que começo a receber de diferentes fontes pedidos para doar 0.5% do IRS colectado a cada diversas instituições, bastando para isso inserir os seus dados no anexo H da declaração que em breve apresentarei às Finanças. É uma forma aparentemente simples de praticar o bem, não vemos sequer o dinheiro a sair dos nossos bolsos.
Mas o problema volta: a quem dar? Que problema é mais urgente do que os demais? Que Instituição é mais capaz de optimizar esses recursos doados? Só podemos escolher uma!
Aquele dilema do Governo Dinamarquês (e de qualquer país doador líquido) passa a ser o problema de cada um de nós!
A solução daquele consultor não foi menos pragmática: fazer um ranking de custo/benefício (ou seja, quantas pessoas seriam ajudadas por cada Coroa doada) e doar a quem aparecia no topo desse ranking.

Mas nós não temos esses dados. Então lembrei-me que nos devíamos dividir para não acabarmos por doar todos a quem soube fazer melhor marketing. Achei que estaríamos razoavelmente distribuídos pelos 12 meses ou signos e assim faziamos o "mês da AMI, ou o mês da APPT21 , ou então "Se és Balança, doa para a Amnistia Internacional, se és Touro, doa para a Liga protectora dos Animais", mas depois lembrei-me que haviam muitas mais de 12 instituições válidas. Foi aí que achei que se podiam dividir em 4 areas de actuação e assim, por exemplo, os nascidos na Primavera doavam para Associações Ambientalistas, os nascidos no Verão doavam para Organizações de ajuda humanitária, os nascidos no Outono doavam para Instituições de Solidariedade Social e os nascidos no Inverno doavam para Associações de combate a doenças.

Idiota q.b., hein? Sigam o vosso coração, não deixem é em branco essa parte do IRS.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Arcaica é a tua avó!!

Ouvintes da Antena 3 já se terão apercebido de uma rubrica apelidada de "Pontapés na Gramática".
Esta série de "pontapés" é sobre regionalismos.
Hoje era sobre um regionalismo do norte do país.

Começa um tipo com um sotaque forçado e nada a ver a preparar um cozinhado e eu estava à espera que fossem falar de sertã versus frigideira.
Mas não, fiquei a saber que "estrujido" é um regionalismo e que, em português do sul, se diz "refogado".
Mais: a Dra. especialista convidada Maria (qualquer-coisa) diz que no norte se opta, frequentemente, por formas mais arcaicas de linguagem, do que no sul, eles sim, mais evoluídos.
Ora, o que essa Dra. não disse (ou não sabe) é que nós também temos a palavra "refogado" e que a usamos para nos referirmos a outra forma de cozinhado. Somos portanto mais rigorosos e discriminativos nas formas de designar vários cozinhados.

Afinal, quem é que é mais arcaico?
Quem só tem uma palavra para vários constructos (!) ou quem os discrimina não só na prática, mas também na forma de os exprimir?

domingo, 9 de março de 2008

Guuuanhámos!!


Tal como previsto neste blog, grande vendedor do Fantasporto: REC!
Amanhã/hoje, 21h, Grande Auditório, Rivoli, para quem não tem medo de terror: REC.

segunda-feira, 3 de março de 2008

"REC" - o vencedor do Fantas'08

O festival ainda não acabou, só vi um filme (até ao momento), mas digo-vos em 1ª mão quem vai ganhar: "REC", de Jaume Balagueró e Paco Plaza.
Não há dúvida!
Há muito tempo que não via um filme de horror tão aterrorizador, tão bem filmado (tipo Blair Witch Project) , tão bem esgalhado.
Podem ver aqui uma pequeníssima amostra.
Há muito tempo que já não berrava tanto, que não saltava tanto. Mas como poderão ver no trailer nº1 , não fui só eu! (o trailer 2 não tem tanta piada como o anterior, mas vocês não me vão ligar nenhuma e vão ver por vocês próprios; de qualquer forma, fica a advertência)
Os filmes vencedores vão passar de novo no próximo domingo no Grande Auditório do Rivoli.

domingo, 2 de março de 2008

Deus e o Diabo no Rivoli

Reparem bem na fachada do Rivoli: "Música no Coração" de um lado, "FantasPorto 2008" do outro!
O que é isto???
Ofereceram o Rivoli ao populismo, com muito favor deixaram eventos consagrados como o Fantas ocuparem o lugar que sempre lhe coube, mas mantendo num cantinho...

Nós não nos importamos, porque somos muito maiores do que essas mesquinhices:
- o Fantas está entre os 25 melhores festivais de cinema do mundo, o único de cinema fantástico
- está, este ano, muito maior do que sempre, além do Rivoli, no Teatro Sá da Badeira e em 10 dos cinemas Lusomundo em várias cidades (Porto, Aveiro, Braga, Coimbra, Gaia, Gondomar, Vila Real, Viseu)

Viva o cinema fantástico!